AULA INAUGURAL ISArC 2021: A IMPORTÂNCIA DAS ARTES EM TEMPOS DE ISOLAMENTO SOCIAL PROVOCADO PELA PANDEMIA DA COVID-19

Aconteceu hoje, 22 de Setembro de 2021, a aula inaugural do ano académico 2021 do ISArC. Sob o tema: "A importância das artes em tempos de isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19", o orador, Toni Vieira, convidou os presentes a reflectirem sobre a sua relação com as artes, bem como a re-significar essa relação no contexto da pandemia.

Intervindo na ocasião, antes da aula, o Director-Geral do ISArC, Prof. Doutor Filimone Meigos, disse que, independentemente do contexto, a arte é e será sempre importante na sociedade, pois ela é a estetização do social. Por isso, "a abordagem deste tema é importante, porque nos pode levar a reflectir sobre a criação artística neste contexto, bem como em que medida os contextos podem afectar os processos criativos e, mais ainda, que reflexões podem ser feitas sobre isso.
O orador, Prof. Doutor Toni Vieira, jornalista brasileiro, por sua vez, disse que só a arte nos pode dar condições para seguir em diante neste contexto. Citando Néstor Garcia Canclini, Toni Vieira disse que a "cultura é tudo aquilo que produz sentido", e, segundo ele, para seguir em frente, precisamos de dar sentido às coisas.
"Em todo o mundo o sector das artes é o que mais negativamente foi impactado pela pandemia. Portanto, precisamos reflectir e ressignificar a nossa relação com a arte neste contexto, e mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, produzir sentido", exortou.
Fazendo uma analogia, o orador disse: "o biólogo, por exemplo, quando ele vai estudar a aranha, ele não a julga por ser peçonhenta ou por qualquer outra característica, ele apenas a estuda. O mesmo devemos fazer hoje, precisamos observar o contexto, para entendê-lo, para depois intervir e conviver com ele".
O orador mostrou que pesquisas realizadas no Brasil confirmam a importância das artes neste contexto de pandemia, e, segundo ele, as artes são uma fonte de sanidade mental e de humanidade, pois sem as artes seria ainda mais difícil aceitar as restrições impostas pela Covid-19.
As pessoas estão cada vez mais a sentir falta das artes, ou seja, do cinema, dos espectáculos, das exposições, etc., por isso há necessidade de os artistas se reinventarem, levando em conta os hábitos culturais no contexto da pandemia, e reconhecendo que a arte é um sistema de sanidade mental e que ela humaniza, ou seja, torna-nos mais humanos.