Director-Geral do ISArC partilha "Ideias para a Formulação de uma Diplomacia Cultural em Moçambique"

Teve lugar, semana finda, na Escola Diplomática da Universidade Joaquim Chissano, um workshop sobre Diplomacia Cultural, sob o tema: "Globalização, Diplomacia e Identidade Cultural dos Estados: Ideias para a Formulação de uma Diplomacia Cultural em Moçambique".


Discorrendo sobre o tema, perante uma audiência composta por diplomatas, profissionais do sector cultural, académicos, estudantes e jornalistas, o Sociólogo e Director-Geral do ISArC, Prof. Doutor Filimone Meigos, começou por dizer que "a Diplomacia pode ser dividida em hard power e soft power", sendo "hard power a parte pesada da questão, que envolve os campos da economia e da política (que se caracteriza pela perseguição, posse, exercício de poder, conquista e subalternização dos mais fracos)".


Por outro lado, no soft power, "a bandeira utilizada é a cultura, o que inclui, por exemplo, a língua, a história, as ciências, as técnicas, as maneiras de pensar, sentir, agir, filosofar, memória colectiva, crenças, tecnologias, culinária, etc.", explicou o orador, sublinhando que, "diferentemente do hard power, a característica estruturante do soft power é a propensão para a ligeireza, a subtileza, a persuasão e o galanteio, ou seja, de forma branda, os países optam por inculcar os seus pontos de vista a partir da cultura, consolidando, assim, as suas posições, o que permite um intercâmbio entre os ganhos de cunho político-económico e de cooperação".

Portanto, tendo a diplomacia como intenção "a afirmação dos interesses dos Estados-nação como povos independentes, soberanos, diferentes, ou seja, com identidade própria", Filimone Meigos sugere que se explore "a convergência de interesses entre os Estados, seja por razões históricas, pela vizinhança, língua comum, pela partilha de significados e de outros símbolos, em benefício dos respectivos povos". 

É neste contexto, segundo o Sociólogo, que a diplomacia cultural ganha pertinência como um instrumento de "charme" dos Estados-nação, com o intuito de se dar a conhecer e partilhar existências materiais e espirituais.