Palestra sobre o dia de África no ISArC

O Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC) celebrou na passada quinta feira, dia 25 de Maio, o dia de África. O ponto alto da celebração foi uma palestra orientada por Ana Elisa de Santana Afonso que, entre outras tarefas, foi representante da UNESCO na República do Congo.  

Santana Afonso abordou o tema da educação à cidadania Africana, começando por dizer que se trata de um conceito ainda em construção. Para que isso seja possível, a oradora considera ser necessário romper com a abordagem eurocêntrica da cidadania. Tal ruptura já começa a dar os seus primeiros passos, sendo um deles a emergência do renascimento cultural africano que veio na sequência da conversão da Organização da Unidade Africana (OUA) em União Africana (UA) e todas as iniciativas plasmadas, por exemplo, na Agenda 2063 da UA. 

Ana Elisa Santana Afonso explicou que a educação à cidadania se encontra voltada, sobretudo, para as competências, mas não coloca de lado a autonomia, a igualdade, os direitos e os valores singulares e colectivos. A educação à cidadania, ainda segundo a oradora, deve ser marcada pelo contexto e pela ontologia dos formandos. “É esta cidadania que vai levar ao desenvolvimento do amor pela pátria, pelo continente e pelo mundo e ao sentimento de pertença a estes lugares, por isso a cultura e as artes são elementos estruturantes”, justificou a oradora.

A educação para cidadania busca manter os laços sociais capazes de transformar o indivíduo em cidadão.  A educação é que faz o cidadão, finalizou a oradora antes de ser largamente aplaudida pela plateia, maioritariamente composta por estudantes.

Antes da intervenção de Estevāo Filimāo, que finalizou o evento fazendo uma breve intervenção sobre a presença da violência no cinema e na música urbana em Moçambique, houve lugar para apresentação de duas performances artísticas. Os estudantes de licenciatura em dança exibiram números de danças tradicionais moçambicanas, enquanto a estudante do curso de licenciatura em Gestão e Estudos Culturais (GEC)  Nhamay wa Cewi tocou mbira e cantou na companhia da plateia.